A cada dia me surpreendo mais com alguma atitudes nas ruas de Belo Horizonte.
Segunda-feira, por exemplo, estava eu esperando o ônibus, em um ponto da Praça da Estação, lotado porque o metrô não estava funcionando, quando aconteceu um fato.
Chovia muito. A água escorria próxima à calçada. tantas sombrinhas que não era possível observar se o 4031 já estava vindo.
Mas voltando ao fato que me espantou, uma moça (entre tantas outras) estava alí esperando sua condução também. Nada melhor que chupar uma balinha para aliviar a tensão da longa espera. Mas, o que me chocou é que após colocar a bala na boca ela jogou o pequeno papel no chão, apenas soltou-o, como se isso fosse natural e corriqueiro.
E o papel caiu na água que escorria ao lado da calçada. Meus olhos acompanharam aquele papelzinho como em câmera lenta. E a água o carregou, assim como os demais papéis, plásticos e outros, para o bueiro alí próximo.
Agora me lembrei que, minutos antes, uma gari havia passado alí empurrando o lixo com a vassoura até o bueiro e o recolheu para evitar o entupimento. Engraçado, ou não, é que minutos depois alí já estava cheio de lixo de novo.
Mas, a moça tinha boa aparência, com certeza estava indo embora para casa depois de mais um dia de trabalho, estava uniformizada e, até então, me parecia ser uma pessoa bem educada.
Até quando ela vai chupar balas e jogar o papel na rua? Até quando as pessoas vão jogar lixo no chão?
Há várias lixeiras espalhadas pelas ruas. E ainda que não houvessem tantas. A gente guarda o papelzinho na bolsa, a lata numa sacola, ou até segura na mão mesmo até encontrar uma lixeira. E se não encontrar, leva pra casa, para o trabalho, e lá a gente se desfaz do objeto.
Mas o povo ainda não aprendeu. Isso deveria ser ensinado na escola, em casa. E melhor: devia ser aprendido. Porque nem sempre as pessoas aprendem as lições que lhe damos.
Acabei me recordando das outras tantas vezes que vi uma cena parecida. O senhor que comia um salgado dentro do metrô e segurou o guardanapo na mão, pensei que aguardava para jogá-lo em seu devido lugar, mas ele o jogou no espaço entre o trem e plataforma quando aquele abriu as portas em uma estação. E de uma mulher lá em Canaã (cidade do interior), que eu vi da varanda passar ao lado de uma lixeira e jogar um papel no chão. E ontem mesmo, meu namorado, jogou um saco de papel, e o lixo estava a menos de 5 metros.
É uma pena que a cidade fique tão suja, que casas alaguem com as chuvas, e que o povo continue sendo tão inconsequente.
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